Conhecido social-democrata alemão, um dos líderes da II Internacional, Hilferding foi destacado teórico do marxismo revisionista Escreveu várias obras de economia, entre elas “O capital financeiro” (1910), obra que, embora contenha erros, trouxe uma valiosa análise teórica da fase imperialista do capitalismo. Ele se apresentava a princípio como marxista, mas logo suas concepções errôneas lhe conduziram ao revisionismo. Compartilhava a idéia de que é a troca, e não a produção, o fator decisivo da economia. Partindo deste princípio, começou a investigar o capital financeiro pelo desenvolvimento do crédito e não pela análise das transformações ocorridas na produção, pelo processo de concentração desta última e o nascimento dos monopólios. Do crédito passa ao capital formado por ações, à bolsa e aos bancos e, finalmente, ao capital financeiro, que define como domínio dos bancos sobre a indústria. Essa análise não expôs o parasitismo, nem a decomposição do capitalismo na época imperialista, como expoente do aumento da contradição fundamental do capitalismo e como demonstração de que era necessário acabar com a propriedade privada; não mostrou as raízes econômicas do oportunismo no movimento operário, e se esquivou em relação ao problema da luta do capital monopolista por uma nova distribuição do mundo. Entre os graves defeitos que apresentaram as pesquisas econômicas de Hilferding estão o de esconder as contradições antagônicas do capitalismo, o de deturpar a doutrina marxista sobre o capital bancário, a reprodução, as crises e outras questões.
Foi no período da crise geral do capitalismo, que defendeu mais abertamente uma revisão do marxismo, depois de expor sua teoria do “capitalismo organizado”. Hilferding afirmava que o capitalismo moderno se encontrava num período de transformações, durante o qual se eliminaria a anarquia da produção; se debilitariam as crises; se reduziria o desemprego; melhoraria a situação do proletariado; e o capitalismo se converteria pacificamente em socialismo. Deste modo, Hilferding rompendo, de fato, com o marxismo, e deslizando-se para as posições da economia política vulgar, formulou a teoria mais acabada do oportunismo, que se converteu em arma de combate do reformismo e do revisionismo.