ANTONIO GARCÍA NOSSA (1912-1982)

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Economista colombiano, autor de mais de cinqüenta livros, de orientação indigenista e marxista. 
Antonio Garcia Nossa nasceu em Villapinzón, Cundinamarca, em abril de 1912. Estudou Humanidades no Colégio dos Dominicanos de Chiquinquirá, no colégio El Rosario e no Universitário de Botero. Começou sua carreira de direito na antiga Faculdade de Santa Clara, tendo como professor de economia Abadia Méndez, e continuou os estudos, graduando-se finalmente, em Popayán.
Seu ativismo político se iniciou aos vinte anos em contato com o problema social dos povos indígenas. Organizou as ligas Indígenas no Cauca e se iniciou no doutrinamento dos Guambianos e Paeces. Utilizou o teatro experimental como método de ensinar aos indígenas a compreensão de seus próprios problemas. Posteriormente, afirmou que "não se pode lutar sem conhecimento direto dos problemas e dos homens, dos meios e dos fins de transformação de uma sociedade". Publicou vários artigos sobre indigenismo e fundou o instituto indigenista colombiano. 
Foi expulso da Colômbia como resultado de sua atividade política. Em seu exílio visitou diferentes países: Equador, Peru, Chile, Argentina, Brasil, México, Honduras e Bolívia. Relacionou-se com diferentes organizações e movimentos sociais, entrando em contato com povos Quechuas e Aymaras. 
Terminada sua fase indigenista e literária, se concentrou em tarefas docentes, acadêmicas e de divulgação científica que abarcou 17 anos em distintas universidades. Fundou dois centros acadêmicos para o ensino da economia: o Instituto de Ciências Econômicas, o ICE, na Universidade Nacional da Colômbia, e a Universidade de Bogotá Jorge Tadeo Lozano. Deu aulas de economia de Guerra na Escola Superior de Guerra do Exército Colombiano. Dirigiu diversas publicações: "Revista de la Universidad del Cauca", a "Revista Masas", "Cuadernos de Orientación Económica" da Universidade Nacional e "El Popular". 
Na Colômbia, foi professor na Universidade da Colômbia em diversos períodos: 1937-1951, 1968-1973 e 1974-1976, na Faculdade de direito e Ciências Políticas, no Instituto de Ciências Econômicas e na Faculdade de Ciências Econômicas. Foi responsável pelas cátedras: Instituições Econômicas, Economia Política, Economia Colombiana, Comércio Internacional, Desenvolvimento Econômico de América Latina, Economia Agrária, entre outras. Desta Universidade foi expulso em duas ocasiões, 1950 e 1973, por professar uma ideologia diferente daquela do governo do momento.
Qualificado por alguns como "revisionista", o pensamento de Antonio Garcia Nossa se envolveu num marxismo crítico, propondo um novo conceito de democracia econômica, através da integração de vários elementos: a socialização da direção econômica ou o controle social dos recursos básicos do desenvolvimento; a planificação global e setorial; a participação dos trabalhadores em todos os níveis de gestão econômica. 
Em suas obras, utilizou as categorias de dependência e dominação social. Ademais, buscou elaborar uma teoria do desenvolvimento a partir dos obstáculos estruturais da sociedade latino-americana. Prestou atenção especial às formas de agricultura associativa emergentes dos processos latino-americanos de reforma agrária. Ocupou-se das características do cooperativismo latino-americano e explorou os tipos de cooperativismo e agricultura associativa que se desenvolveram nos países capitalistas, nos países socialistas e nos países capitalistas subdesenvolvidos. 
Antonio Garcia Nossa pode ser considerado um dos mais importantes pensadores Colombianos e latino-americanos do século XX. Sua obra composta por aproximadamente 35 livros, 31 artigos em revistas e 12 ensaios em publicações diversas tem sido editada na Colômbia, México, Chile, Argentina, Peru, Equador e Bolívia. 

Obras
    Bases de la Economía Contemporánea, 1948. 
    La estructura del atraso en América Latina. Hacia una teoría latinoamericana del desarrollo económico. 
    La crisis del modelo liberal de crecimiento económico. Análisis de la experiencia Colombiana. 
    Atraso y Dependencia en América Latina, El Anteo Editorial, Buenos Aires, 1972.  
    De la rebelión a la organización de los pueblos débiles, Crear Arte, Bogotá, 1995.