O economista Peter Thomas Bauer, um dos grandes expoentes do liberalismo econômico, é considerado membro da corrente austríaca.
Filho de um corretor de apostas e impressor, nasceu em Budapeste (Hungria) em 1915. Peter Bauer se graduou em economia em 1937 pelo Gonville and Caius College, em Cambridge (Inglaterra). Foi professor da Universidade de Cambridge e durante muitos anos da London School of Economics, tendo sido um destacado catedrático (1960-83) e, posteriormente, professor emérito. Fez parte da Sociedade Mont Pelerin e, em 1982, lhe foi concedido o nobre título de Lord Vitalício da Câmara dos Lordes. Além disso, foi membro da Academia Britânica. Em 21 de julho de 1978 obteve o título Doctor Honoris Causis da Universidade Francisco Marroquín.
Bauer se concentrou em explicar como aperfeiçoar o processo de desenvolvimento econômico baseado na liberdade, na propriedade individual, em instituições e no livre comércio, especialmente para os países subdesenvolvidos, adotando uma postura contrária a muitos dos analistas da época do pós II Guerra Mundial, que acreditavam ser necessário o socialismo a intervenção estatal e a planificação centralizada. Desenvolveu esta idéia baseado numa pesquisa sobre a indústria da borracha na Malásia e do cacau na África Ocidental, observando como o livre comércio, através da exportação desses produtos, enriqueceu muitos agricultores pobres.
Foi nos anos 50 e 60 que Bauer exerceu uma grande oposição às medidas propostas para a redução da pobreza por Myrdal e Paul Baran entre outros. Bauer, ao contrário, acreditava que as funções do governo deviam ser limitadas, que a intervenção estatal, a privação de liberdade e o protecionismo só favoreciam a corrupção, as economias submergidas e a persistência de pobreza.
Ele também se mostrou desafiador perante a visão dominante do círculo vicioso do subdesenvolvimento (segundo a qual os países do Terceiro Mundo não podiam desenvolver-se sem a ajuda externa) acreditando na capacidade endógena dos países subdesenvolvidos para acumular riqueza, gerar crescimento e desenvolvimento, se deixados livremente. Peter Bauer se mostrou contrário às doações de dinheiro que os países ricos faziam aos subdesenvolvidos, as quais, segundo ele, não faziam mais que favorecer governos corruptos, tendo se oposto inclusive às ajudas condicionadas tal como estavam colocadas. Ele acreditava na liberdade e no livre mercado como fator de progresso dos países subdesenvolvidos, tendo criticado as regulações de preços e as normas restritivas do comércio. Assim, se negou a aceitar a idéia de que os países desenvolvidos cresciam às custas dos subdesenvolvidos, além de ter desacreditado a idéia imperativa da relação direta entre aumento da população e desenvolvimento.
Seu trabalho foi reconhecido pelo Cato Institute que decidiu outorgar-lhe em 18 de abril de 2002 o primeiro "Prêmio Milton Friedman na busca pela liberdade". Contudo, Bauer não pôde receber o prêmio, pois faleceu em Londres em 2 de maio de 2002, com 86 anos, sete dias antes da entrega do mesmo no 25º Aniversário do Cato Institute.
OBRAS
From Subsistence to Exchange and Other Essays (2000)
Development Frontier (1991)
Reality and Rhetoric: Studies in the Economics of Development (1984)
Equality, the Third World, and Economic Delusion (1981)
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Class on the Brain (1978)
Dissent on Development (1972)
Markets, Market Control and Marketing Reform (1968)
Two Views on Aid to Developing Countries (1966)
The Economics of Underdeveloped Countries (1957)
Economic Analysis and Policy in Underdeveloped Countries (1957)
West African Trade (1954)
The Rubber Industry (1948)